Meu Saravá fraterno a todos os irmãos e irmãs umbandistas!
Neste espaço buscaremos refletir, com artigos objetivos, acerca da Umbanda enquanto escola, filosofia de vida , religião de Fé e Amor, e de como ela tem contribuído para a caminhada evolutiva daqueles que a procuram, sejam médiuns, cambonos, ogãs, dirigentes ou adeptos. E para iniciarmos esta nossa jornada reflexiva, vamos dissertar um pouco sobre como vemos e pensamos a nossa religião.
Na última Bienal do Livro do Rio, em 7 de setembro do ano passado, lançamos nosso nono livro (publicado pela Madras Editora), intitulado “Umbanda: Uma Escola Evolutiva”. Nesta obra, sob orientação de mestres e guias espirituais, buscamos trazer aos umbandistas uma reflexão acerca das funções da nossa religião no cotidiano, na vida prática de cada um. Como ela tem funcionado na minha vida, além do terreiro?
Por que, de fato, se minha religião não funciona como uma escola na minha curta caminhada terrena, pouco ela contribuirá para o meu crescimento. De nada adianta frequentar os rituais e não aplicar os ensinamentos que a Umbanda me traz. Basta prestarmos muita atenção no que nos dizem os guias espirituais em seus trabalhos, consultas etc, e teremos noção do quão amplo é o leque de ensinamentos que a Umbanda traz para nossas vidas.
Adentrar um templo religioso com respeito, reverência e devoção é o mínimo que se espera de um praticante. Além disso, respeitar as hierarquias, onde quer que seja, é uma necessidade e também uma demonstração de boa educação. Ritualizar com Fé e Amor, é a única forma de sentirmos, de fato, Deus em nossos íntimos, caso contrário, a religião se instalará num vazio, ou seja, de nada adiantará.
Mas além disso, quando se encerra o ritual e volto para a minha vida cotidiana no mundo fora do templo, o que, de fato, levo da minha religião para o dia a dia? Este é um questionamento que deve, na nossa visão, habitar a consciência do Umbandista no Século XXI, pois, se assim não fizer, não estará compreendendo a linha mestra desta escola evolutiva, que é contribuir para o nosso crescimento espiritual e, principalmente, consciencial.
Por isso, entendemos que alguns pontos devem ser tocados, pensados e revisados, no que se refere à conduta do praticante umbandista. Bem, então vejamos: nós, seres humanos, nos organizamos em grupos, comunidades, formando, em seguida, as sociedades (baseadas em culturas que funcionam como referenciais destes grupos) onde todos buscam uma vida ordenada e equilibrada.
Até aí, nada de novidade ou de incomum à nossa visão e conhecimento, correto? Mas, nestas sociedades, regras e valores (morais, inclusive) são convencionados para que possa haver uma convivência social harmônica. Estas regras e valores podem variar de uma cultura para outra, mas, há algo que é comum à toda humanidade, independente do grupo cultural ou social a que pertençamos: a ética.
E é neste ponto que pretendemos afixar nosso raciocínio. Sem ética, não há uma boa convivência social ou comunitária. Devo respeitar os limites, sabendo sempre que meu direito cessa quando se inicia o de outra pessoa. Assim é em família, em grupos de amigos, no trabalho, na escola ou faculdade etc. E na Umbanda, como tem funcionado? Há um senso de ética entre dirigentes, médiuns, ogãs, cambonos e adeptos?
Acreditamos que nossa escola evolutiva nos ensina o tempo todo a sermos éticos em nossa prática religiosa, para que possamos agir da mesma forma em nosso dia a dia. Afinal, tudo o que aprendemos na escola deve servir para a vida, não é mesmo?
Portanto, todo aquele templo em que o dirigente pratica, estimula e incentiva uma postura ética ereta e inquebrantável, onde, divergências de opiniões, pontos de vista e similares não crescem a ponto de abalarem os alicerces e os trabalhos realizados na casa, com certeza, terá nos ensinamentos trazidos pelos guias espirituais, a sua mola mestra, e estará funcionando e fluindo de forma harmônica como mais uma sede (um ponto de luz) aqui no mundo da matéria, desta nossa maravilhosa escola evolutiva: a Umbanda.
Este nosso primeiro artigo vem como uma provocação, a fim de que todos possamos enxergar a Umbanda além dos limites dos templos. Assim, perceberemos que, no dia a dia, ela nos guia e nos ensina a praticarmos nossa reforma íntima e reajuste consciencial. Vamos refletir acerca deste e de tantos outros pontos, afinal, nossa religião é nossa escola e nossa filosofia de vida.
“Umbanda: Uma Escola Evolutiva” é uma obra que pretende trazer muitas e boas reflexões a todos os umbandistas e/ou interessados na construção de uma nova era para o nosso planeta.
Fiquem com nosso abraço fraterno!