Meu Saravá fraterno a todos os irmãos e irmãs umbandistas!
A Umbanda vem crescendo, ao longo destes seus cento e dez anos de história, a partir da sua primeira manifestação no plano material, a passos largos. Uma prova disso é o movimento crescente de adesão ao conhecimento da religião e dos mistérios nela e por ela manifestados. Hoje, muitas obras trazem explicações e ensinamentos que, até então, nos causavam infindáveis indagações.
Nossos guias espirituais têm capitaneado uma série de trabalhos literários que nos trazem ensinamentos, mas também esclarecimentos com quebra de tabus e paradigmas, especialmente, no que se refere à vida humana no lado espiritual em suas mais diversas faixas (positivas e negativas). Fato positivo que acelera o nosso conhecimento, até há pouco, muito escasso acerca desse tema.
Rubens Saraceni (médium, escritor e sacerdote umbandista, falecido há pouco mais de três anos) foi e ainda é, pois deixou dezenas de obras com preciosos ensinamentos, se não o pioneiro, o marco divisor de águas na literatura umbandista. Todos nós sabemos que, a partir das suas obras, uma gama de livros umbandistas passou a frequentar as estantes das principais livrarias no nosso país.
E o que pretendo, neste artigo, é realizar um breve comentário acerca de uma obra de sua autoria, publicada pela Madras Editora, que é, em minha opinião, basilar para a Umbanda: “O Cavaleiro da Estrela Guia- A Saga Completa” Tudo isso, porque, neste livro, que retrata uma história real passada em Pernambuco, no século XVII, encontramos elementos sociais, culturais e religiosos que, mais tarde, foram fundamentais para a formação umbandista.
“Um prelúdio umbandista” é um subtítulo que traz, a nosso ver, a melhor definição desta obra, porque, encontrando-a localizada onde está no espaço e no tempo, podemos entender que o que hoje conhecemos como manifestação religiosa é fruto de um desenvolvimento milenar e que, naquele momento, começava a culminar naquela que hoje temos e praticamos como religião.
O tão falado sincretismo entre pajelança, religiosidade africana e cristianismo, nesta obra, se mostra na prática, quando vemos o personagem central (O Cavaleiro da Estrela Guia) aportando no Brasil por pura obra do destino (na verdade, Vontade Divina) e, por intermédio da sua ação mobilizadora, realizando uma verdadeira integração cultural, religiosa e social entre os escravos negros, os índios, tendo, nesse entremeio, inclusive, um padre católico.
O Cavaleiro da Estrela Guia, europeu e cristão de formação, vindo da Europa como um ex-inquisidor, recebe de Deus uma incumbência que, ele só passa a compreender, de fato, durante a sua caminhada no Brasil. Nesta obra, podemos ver algumas, hoje linhas de trabalho umbandistas, atuando e participando da vida social naquele momento (Sr. Cobra Coral, Pai João de Mina, isto sem contar, é claro, a própria Estrela Guia).
Aqui, no Brasil, o personagem central passa a ser o empreendedor que compra terras e, assim, liberta os negros escravos, comprando-os e os tornando seus empregados, proporcionando a todos uma vida mais digna. Faz o mesmo com as terras onde se situa uma aldeia indígena, para que vivam em paz e harmonia, sem o “bafo no cangote” do homem branco explorador.
Consegue, em dado momento, reunir ritualisticamente, negros e índios, sem nunca perder seu viés e sua orientação cristã. Em alguns momentos, usa dos seus potenciais e atribuições concedidos pelo Alto para curar e reequilibrar pessoas. Nestes poucos parágrafos, já podemos perceber alguma manifestação que justifique a carinhosa alcunha a esta obra como um prelúdio umbandista, não é mesmo?
Em outro momento, já no astral, percebemos o personagem central trabalhando em prol de espíritos necessitados nas mais diversas faixas vibratórias, bem como, em benefício de espíritos encarnados, atuando, até mesmo, por intermédio de alguns médiuns. E o prelúdio umbandista, a esta altura da obra, se completa!
Muito mais eu poderia comentar acerca deste compêndio, mas, isTo geraria outro livro. Mais importante é trazer a você, irmão ou irmã umbandista, nossa visão acerca desta riquíssima obra e recomendar, muito mais do que a sua leitura, seu estudo por parte de umbandistas dos quatro cantos do nosso país.
Um forte abraço e um Saravá fraterno sob a força da Divina Estrela Guia!
Quem é o cavaleiro da estrela guia hoje em dia representado pela entidade ou divindade?
Olá, irmã!
Trata-se de uma legião de espíritos servidores da Lei de Deus que atuam, sob a égide das divindades (dos Orixás Sagrados) aplicando a Lei Divina no astral e também na matéria, por intermédio das religiões. Não atuam, até onde sabemos, por meio da incorporação, mas “por detrás”.
Um abraço fraterno!